ORQUESTRA DE AFECTOS
ORQUESTRA DE AFECTOS
©Márcia Lessa
"Bom dia, bom dia, olá como estão?”
É este um dos temas que cantamos no início das sessões da Orquestra de Afectos, entre outras várias propostas expressivo-musicais, dirigidas às crianças e profissionais educativos dos jardins de infância onde o projeto está implementado.
E este tema coloca logo em evidência o que nos leva à Orquestra de Afectos - a contrução de uma relação centrada nas emoções, baseada numa comunicação positiva, no afeto como premissa essencial para um crescimento saudável, para a construção de um futuro promissor na escola e na comunidade.
A Orquestra de Afectos surgiu enquanto projeto piloto no JI Amélia Vieira Luís, agrupamento Carnaxide-Portela, Oeiras, com o apoio do município, em 2018.
Entre 2019 e 2022, foi um dos 15 projetos enquadrados na iniciaiva PARTIS (Projetos Artísticos para a Inclusão Social), da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo integrado os dois JI's do agrupamento de Carnaxide-Portela (Amélia Vieira Luís e Tomás Ribeiro), mantendo-se a parceria com a Câmara Municipal de Oeiras, e ainda o JI do Alto do Moinho, na Amadora.
Em 2020, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, foi implementado no JI da Alta de Lisboa e, já em 2023, alargou a sua ação para o JI da sede do agrupamento (Agrupamento Pintor Almada Negreiros) e em 2024 para o JI Arquitecto Ribeiro Telles, na Boavista.
Cerca de 400 crianças entre os 3 e os 5 anos participam nas sessões semanais que a Orquestra de Afectos leva às escolas, explorando a relação entre a música, o desenvolvimento emocional e a comunicação positiva na comunidade escolar.
Além das canções, lengalengas e jogos, as crianças têm também a oportunidade de explorar pequenos instrumentos musicais, ouvir um repertório variado e aventurar-se de formas diversas no complexo universo das emoções.
O trabalho tem sido feito com a participação permanente das educadoras e auxiliares educativas, que são parte integrante do processo, mas também com os pais que têm vindo partilhar nas sessões os seus acervos musicais, não só através de canções, mas também do património instrumental relativo às suas origens culturais.
Vivem-se momentos de intensa partilha, promovendo e privilegiando a escuta – dos sons, emoções e sentimentos, o sentir em grupo o lugar de cada um – em roda e no cruzamento de mãos e olhares, introduzindo uma vivência estética fundamental a um crescimento pleno, em contextos marcados por diferenciação negativa, por dificuldades relacionais, que condicionam e por vezes comprometem o percurso escolar destas crianças. Dar espaço à beleza dos sons, às cores, às sensações no processo de acolhimento e crescimento nas nossas escolas, que se querem hamoniosas, criando memórias estruturantes, nas quais a música desempenha um papel fundamental.
Veja aqui o vídeo realizado em 2018